sexta-feira, 11 de abril de 2008

Outra do Picachu

Sempre que eu discuto a crise do IPEA com amigos, vem aquela desculpa de que não se deve perder tempo com isso porque o Pochmann algum dia sai enquanto o IPEA fica. Aí vieram as demissões dos consultores, a recusa do diretor de pesquisa em nomear um editor para a PPE entre os nomes da lista tríplice encaminhada pelo conselho editorial, e as pessoas começaram a achar que a imagem do IPEA pode ficar definitivamente desgastada.

Mas como se diz por aqui, no fundo do poço tem sempre um alçapão. Agora o Picachu e seus amigos resolveram que o IPEA deve ter um mestrado em economia, o que além de desviar a instituição completamente de sua função, gera a suspeita de que, aos moldes do BNDES, o que se deseja no fundo é simplesmente criar mais uma madrastra para doutrinar estudantes (em particular gestores) em suas teorias malucas. E o que é pior: tudo foi discutido à revelia dos técnicos da instituição e comunicado recentemente para ser implementado já no próximo ano.

Não tenho dúvidas de que faltam no Brasil escolas de políticas públicas comprometidas com formulação e avaliação constante de projetos propostos pelo Estado. O problema é que da forma como as coisas são feitas, me parece que este é o último objetivo desta proposta. Nunca é demais lembrar que o governo federal já dispõe da Escola Nacional de Administração Pública e da Escola de Administração Fazendária, e que o mínimo que deveria ser feito num caso desses seria ter ouvido quem de fato entende de políticas públicas na elaboração do projeto.

2 comentários:

De Losso disse...

Creio que o Picachu não quer ser obstaculizado. Logo, é melhor não perguntar a ninguém. A independência de gestão é louvável, mas não creio que o sujeito em questão tenha metas a cumprir ou rua. Por isso, o conceito de independência de gestão só se aplica a quem tem espírito público. Será esse o caso?

Daniel disse...

Como eu disse: se o senhor tem dúvidas acho que eu definitivamente deveria propor o nome dele para dirigir a EAESP. Quem sabe ele não convence seu co-autor a passar uns tempos visitando o departamento?