Há poucos dias, "comemoramos" os 44 anos da Revolução de 1964. Talvez lembrando-se disso, nosso presidente apedeuta elogiou o presidente Geisel. Por quê? Por causa das altas taxas de crescimento daquela época.
De fato, muita gente gosta do período militar em razão das altas taxas de crescimento havidas nos governos Médici e Geisel. A interpretação é equivocada. Vou explicar por quê.
Há duas heranças, de fato malditas, do regime militar. A primeira é a megainflação decorrente da indexação de contratos e salários, idealizada, vejam só, por Roberto Campos. Claro que ele se arrependeu da infeliz idéia depois. Infelizmente, ainda não nos livramos dessa estupidez. Vejam vocês que contratos de aluguel e tarifas públicas, por exemplo, ainda adotam essa excrescência, mas estamos no bom caminho.
A segunda herança maldita é a idéia é associar o crescimento espetacular durante o governo militar à intervenção estatal, como se fosse a panacéia. E, aliás, os heterdoxos adoram usar o exemplo do governo que combateram para justificar suas idéias mirabolantes. Há dois erros crassos, no meu julgamento, a respeito dessas conclusões.
Sem contar que a base inicial é baixa, por isso o crescimento foi alto, o primeiro erro crasso é deixar de associar às condições econômicas favoráveis de então o crescimento durante o governo Médici. A história se repete, claro, e é isso que se faz presentemente.
O segundo erro crasso é achar que o crescimento do governo Geisel não veio caro. Deveria ter havido um ajuste no primeiro choque do petróleo, mas ele preferiu emprestar dinheiro para sustentar a implantação das estatais. Segundo, porque esses empréstimos saíram caro na década seguinte, não só pelos juros altos, mas principalmente pela estagnação que isso gerou durante mais de 20 anos.
O regime militar é mais um exemplo do que não deve ser feito no Brasil. Exatamente por causa dele, não saímos do lugar até hoje, inclusive do ponto de vista político-ideológico, que não me compete discutir. É curioso ninguém associar a estagnação dos anos 80 e 90 à política econômica dos militares.
Apenas para dar um exemplo, que sintetiza aquela revolução do ponto de vista econômico como um atraso do qual não nos livramos ainda, lembro o estabelecimento da reserva de mercado de informática. Hoje, exportamos softwares e cérebros em computação. Imagine o que seríamos, se tal reserva não tivesse existido.
À propósito, tenho a impressão que nasce no início da década de 80 com as maxidesvalorizações do Ministro Delfim Neto a idéia de que exportar é o que importa. Lembro-me da propaganda na televisão dizendo que o país lograra contas superavitárias em seu balanço de pagamentos.
De fato, muita gente gosta do período militar em razão das altas taxas de crescimento havidas nos governos Médici e Geisel. A interpretação é equivocada. Vou explicar por quê.
Há duas heranças, de fato malditas, do regime militar. A primeira é a megainflação decorrente da indexação de contratos e salários, idealizada, vejam só, por Roberto Campos. Claro que ele se arrependeu da infeliz idéia depois. Infelizmente, ainda não nos livramos dessa estupidez. Vejam vocês que contratos de aluguel e tarifas públicas, por exemplo, ainda adotam essa excrescência, mas estamos no bom caminho.
A segunda herança maldita é a idéia é associar o crescimento espetacular durante o governo militar à intervenção estatal, como se fosse a panacéia. E, aliás, os heterdoxos adoram usar o exemplo do governo que combateram para justificar suas idéias mirabolantes. Há dois erros crassos, no meu julgamento, a respeito dessas conclusões.
Sem contar que a base inicial é baixa, por isso o crescimento foi alto, o primeiro erro crasso é deixar de associar às condições econômicas favoráveis de então o crescimento durante o governo Médici. A história se repete, claro, e é isso que se faz presentemente.
O segundo erro crasso é achar que o crescimento do governo Geisel não veio caro. Deveria ter havido um ajuste no primeiro choque do petróleo, mas ele preferiu emprestar dinheiro para sustentar a implantação das estatais. Segundo, porque esses empréstimos saíram caro na década seguinte, não só pelos juros altos, mas principalmente pela estagnação que isso gerou durante mais de 20 anos.
O regime militar é mais um exemplo do que não deve ser feito no Brasil. Exatamente por causa dele, não saímos do lugar até hoje, inclusive do ponto de vista político-ideológico, que não me compete discutir. É curioso ninguém associar a estagnação dos anos 80 e 90 à política econômica dos militares.
Apenas para dar um exemplo, que sintetiza aquela revolução do ponto de vista econômico como um atraso do qual não nos livramos ainda, lembro o estabelecimento da reserva de mercado de informática. Hoje, exportamos softwares e cérebros em computação. Imagine o que seríamos, se tal reserva não tivesse existido.
À propósito, tenho a impressão que nasce no início da década de 80 com as maxidesvalorizações do Ministro Delfim Neto a idéia de que exportar é o que importa. Lembro-me da propaganda na televisão dizendo que o país lograra contas superavitárias em seu balanço de pagamentos.
O estatismo é uma política heterodoxa, promovida pelos militares, ironicamente como decorrência do combate ao comunismo. Creio ser por isso a predominância de idéias heterodoxas nos meios de comunicação.
Essa concepção estatista origina-se num passado distante. Não creio que um regime civil tivesse sido muito diferente do que ocorreu. Nosso subdesenvolvimento é cultural, decorrente de uma história perpétua de heterodoxia (sub)desenvolvimentista, que provavelmente começou nas capitanias hereditárias.
Essa concepção estatista origina-se num passado distante. Não creio que um regime civil tivesse sido muito diferente do que ocorreu. Nosso subdesenvolvimento é cultural, decorrente de uma história perpétua de heterodoxia (sub)desenvolvimentista, que provavelmente começou nas capitanias hereditárias.
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