terça-feira, 4 de dezembro de 2007

RÓTULOS – PARTE I: EUA

É comum na mídia o uso de palavras como política econômica ortodoxa, consenso de Washington, neoliberalismo, e assim vai... Esse termos são usados indiscriminadamente, em geral por agentes que os usam equivocadamente. Quero clarear um pouco alguns deles com o objetivo de ver mais propriedade em seu uso.

Nos EUA há duas correntes econômicas dominantes, a neoclássica e a neokeyenesiana. Os neoclássicos são economistas ortodoxos, para quem os preços são flexíveis. Os neokeynesianos são economistas heterodoxos, para quem os preços podem ser rígidos. Em comum, as correntes têm os seguintes pilares para justificar seus modelos: fundamentação microeconômica rigorosa e dinâmica intertemporal. Apesar de não existir uma divisão geográfica entre esses economistas, é mais comum encontrar neokeynesianos na costa Leste e neoclássicos no meio Oeste. Exemplos de economistas neoclássicos são José A. Scheinkman, Robert Lucas e Thomas Sargent. Exemplos de economistas neokeyenesianos são Gregory Mankiw, Ben Bernanke e David Romer.

Quanto ao termo Consenso de Washington, em verdade originalmente refere-se a um artigo escrito por Williamson, apresentado num congresso em Washington, que resume políticas econômicas que deram certo em alguns países asiáticos. Portanto, não se trata de uma reunião ocorrida em Washington para definir políticas a serem seguidas pelos países emergentes patrocinadas pelo FMI, mas tão-somente a identificação de medidas exitosas, usalmente ortodoxas, que já tinham sido implementadas.

Na segunda parte, volto ao assunto referindo-me especificamente ao Brasil.

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