Fundamentos
Em 1993, John B. Taylor, professor de Economia de Stanford e então no banco central norte-americano, postulou que a taxa de juros nominal básica observada podia ser expressa por uma simples equação linear. Por essa equação, a taxa de juros responde à inflação e ao excesso de nível de atividade da economia. Em outras palavras, o banco central fixava a taxa de juros segundo uma regra simples: a relação entre juros e inflação devia ser 1,5 para 1, e a relação entre juros e excesso de atividade devia ser 1 para 0,5:
juros nominal = 1,5 x inflação + 0,5 x excesso de atividade.
Intuição
Quanto ao excesso de atividade, a lógica é mais sutil. Existe uma ficção em economia chamada produto potencial, que mede a capacidade da economia produzir sem gerar pressões inflacionárias. Isso não é observado, mas uma analogia com os indivíduos pode ser feita, desde que lembremos que o produto potencial não mede a capacidade máxima de produção.
Suponha um assalariado, cujo contrato estabelece um salário fixo em troca de 8 horas de trabalho, e, se houver hora extra, o salário/hora aumenta em, digamos, 50%. Nesse exemplo, o produto potencial é medido com 8 horas de trabalho. A partir desse ponto, o salário aumenta. Se toda a economia resolver fazer hora extra, haverá excesso de produção em relação ao produto potencial. A renda das pessoas vai aumentar, o que deverá gerar pressões inflacionárias do lado da demanda. Mas os custos médios também vão aumentar, o que gerará aumento de preços do lado da oferta. Em razão disso, a regra de Taylor postula um aumento de taxa de juros para desincentivar o excesso de atividade, desviando recursos para poupança.
Desdobramentos
Um dos corolários da regra, também conhecido como princípio de Taylor é o seguinte: há estabilidade inflacionária se, e somente se, o coeficiente da inflação é maior do que 1. Vale o contrário: há instabilidade inflacionária se, e somente se, o coeficiente da inflação é menor do que 1.
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