sexta-feira, 27 de junho de 2008
terça-feira, 17 de junho de 2008
Outra do Garrincha
Outro dia eu falei de um insight do Lucas, que me deixou encucado, mas que eu pensava que ele havia deixado de lado, já que nunca mais tocou no assunto e as coisas que ele vinha apresentando nada tinham a ver com crescimento.
Mas eis que na semana passada o homem aparece do nada com um artigo daqueles que dá vontade de ficar em pé e cantar a Marselhesa. Basicamente ele agradece a todos os que em algum momento pensaram em crescimento, mas se por um lado estavam na pista certa - o aparecimento de idéias deve ser de fato o motor do crescimento sustentado -, por outro ninguém chegou ao centro da questão: é na troca de pequenas idéias e aperfeiçoamentos feita em grande escala por todos nós que está a essência do fenômeno, e não no aparecimento esporádico de umas tantas invenções revolucionárias. E assim sendo, de fato as oportunidades de transmitir conhecimentos em períodos tão curtos de vida como os nossos é que faz o bolo crescer. Se essas oportunidades são escassas, as pessoas morrem levando consigo pequenas partes do conhecimento que só elas possuíam, e há que se esperar que por sorte outra venha e tenha o mesmo estalo e transmita aos demais. E nesse contexto, o papel da educação é quantitativo, já que expande a fração da população que participa do processo de troca de idéias.
Se alguém se interessar pelo assunto ou quiser ver como surge um paper seminal (que ainda está em estágio de texto para discussão), acesse esse link. Logo ao lado tem outro paper em co-autoria com Fernando Alvarez e Francisco Buera que complementa o primeiro.
Mas eis que na semana passada o homem aparece do nada com um artigo daqueles que dá vontade de ficar em pé e cantar a Marselhesa. Basicamente ele agradece a todos os que em algum momento pensaram em crescimento, mas se por um lado estavam na pista certa - o aparecimento de idéias deve ser de fato o motor do crescimento sustentado -, por outro ninguém chegou ao centro da questão: é na troca de pequenas idéias e aperfeiçoamentos feita em grande escala por todos nós que está a essência do fenômeno, e não no aparecimento esporádico de umas tantas invenções revolucionárias. E assim sendo, de fato as oportunidades de transmitir conhecimentos em períodos tão curtos de vida como os nossos é que faz o bolo crescer. Se essas oportunidades são escassas, as pessoas morrem levando consigo pequenas partes do conhecimento que só elas possuíam, e há que se esperar que por sorte outra venha e tenha o mesmo estalo e transmita aos demais. E nesse contexto, o papel da educação é quantitativo, já que expande a fração da população que participa do processo de troca de idéias.
Se alguém se interessar pelo assunto ou quiser ver como surge um paper seminal (que ainda está em estágio de texto para discussão), acesse esse link. Logo ao lado tem outro paper em co-autoria com Fernando Alvarez e Francisco Buera que complementa o primeiro.
segunda-feira, 2 de junho de 2008
Elefantes do Congo e Amazônia
Os elefantes congoleses estavam ameaçados de extinção. Eram caçados para serem-lhes extraídos o marfim. Solução congolesa: fizeram um cace-e-pague... privado. Resultado: a população de elefantes tem aumentado sistematicamente. Por quê? Ora, não havia direitos de propriedade bem estabelecidos antes, e o governo era incompentente para fiscalizar e coibir a caça indiscriminada.
A discussão sobre a Amazônia é análoga. Há desmatamento porque o governo, apesar dos recordes em arrecadação, é absolutamente incompetente para fiscalizar e coibir o desmatamento. Qual é a solução? Dividir a Amazônia em lotes, de forma a permitir a exploração "sustentada" das riquezas locais pela iniciativa privada. Será muito mais fácil de fiscalizar, até porque haverá a quem responsabilizar pelo descumprimentos das metas de reflorestamento.
Duas observações finais: a proposta não tem nada de novidade, nem de gênio, mas ninguém se atreve a discutir essa solução, a qual já se provou eficaz. Por que ninguém discute essa solução? Deve ser questão se "soberania nacional" (ou incompetência nacional, pode escolher).
A última observação é que o problema de exploração racional é uma elaboração de um problema clássico de programação dinâmica chamado de cutting-tree, cuja solução já é mais que conhecida. Logo, o pecado não é desmatar em si, mas não reflorestar... por falta de definição de direitos de propriedade, em suma.
De novo sobre ensino gratuito
Esse tal de Gary Becker deve ter lido meu post sobre ensino gratuito e resolveu dar seus pitacos. Quem quiser acompanhar a discussão, vá ao post do Posner no blog deles, e siga os links que ele disponibilizou, pois certamente irá encontrar argumentos novos e interessantes dos dois sobre o assunto (é um pouco de achismo, mas talvez o Becker se inclua entre os que estão dispensados de trazer os dados).
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