terça-feira, 20 de maio de 2008

capital físico e capital humano

Quando eu tomei as classes do Lucas no segundo ano, teve um insight dele que nem ficou respondido nem parou de me incomodar, apesar de eu ter deixado um pouco de lado o mundo dos agregados.

Era basicamente o seguinte: toda a modelagem de crescimento que tenta incorporar capital humano o faz tentando na medida do possível replicar as decisões e o processo de acumulação de capital físico, já bastante desenvolvido na literatura. No entanto, quando se fala de crescimento sustentado, e por conseguinte de inovação tecnológica sistemática, há um pequeno detalhe que pode fazer uma grande diferença: enquanto quando uma máquina morre seu substituto é um equipamento com maior conteúdo tecnológico (e portanto mais produtivo), um trabalhador é invariavelmente substituído por um recém-nascido com estoque quase nulo de capital humano, e ainda que a velocidade de aprendizado possa estar aumentando com o passar das gerações, é razoável que haja um limite em nossa capacidade de acumular conhecimento no período de uma vida.

A pergunta é então: quais as implicações dessa restrição (física) sobre o processo de acumulação de capital e de crescimento econômico? É possível reconciliar isso com uma taxa constante de crescimento do produto per capita sem cair numa knife edge? E as reduções observadas nas taxas de natalidade, não exigiriam que a capacidade de aprendizado fosse ainda maior para compatibilizar o modelo com os dados? E se o capital humano fosse o gargalo principal do processo de crescimento, não seria de se esperar então que os rendimentos associados a esse fator crescessem proporcionalmente ao longo do tempo?

Bom, se alguém aí se interessar por brux... ops, macroeconomia, fica aí um tópico interessante de pesquisa.

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