terça-feira, 8 de janeiro de 2008

O quanto a gente (não) sabe sobre educação

Só hoje eu percebi que há uma contradição fundamental neste blog: o principal motivo para existir era poder falar de coisas que a gente acha interessante, mas por outro lado a maioria de nós está em fase de concluir a tese, o que torna os assuntos interessantes extremamente raros. Eu sei, muitos discordam, e por isso algum dia ainda vou postar algo sobre métodos numéricos eficientes para resolver integrais múltiplas. Algum dia.
Mas quando pensava que o "assunto" tinha hibernado nesse inferno polar em que essa cidade se transforma no inverno, eis que aparece por aqui o PB. Para quem não conhece, o PB, é um dos maiores especialistas em distribuição de renda, educação e avaliação de políticas públicas do mundo, e veio passar o trimestre ensinando em nossa universidade. Para resumir, o "assunto" persegue o PB como o cavalo persegue o torrão de açúcar.

E o assunto foi o PISA, essa base de dados que ficou famosa por ter entre outras informações uma prova aplicada a uma amostra de jovens de 15 anos de mais de 20 países, e que todo ano mostra quão fraco é o ensino brasileiro. O fascinante dessa base para quem quer trabalhar com isso é que na verdade há um conjunto muito maior de informações e que são comparáveis entre diferentes países (coletadas com a mesma metodologia, medida nas mesmas grandezas, etc.), o que é raríssimo.

Bom, enquanto a mídia e a maioria dos pesquisadores foi tentar entender os resultados dos testes, o PB foi tentar entender como variavam os hábitos de leitura dos jovens entre diferentes países, já que há na base uma dezena de informações sobre disponibilidade de bibliotecas, livros em casa, potenciais substitutos para o uso do tempo livre (internet, tv,etc.), e o que ele encontrou foi que os brasileiros lêem com frequência superior à média, que esse efeito ocorre nas diversas faixas de renda, e que a leitura tem significativa proporção de livros "de verdade" (e.g. romances). Isso mesmo, o brasileiro lê muito e vai mal na prova!

O trabalho ainda está em andamento, então podem surgir explicações para este fenômeno, but so far this sounds puzzling, doesn't it?.

Nenhum comentário: